Revolução Chinesa

 

No início do século XX, a China era um país monarquista (liderados pela dinastia Qing) e industrialmente pouco desenvolvido. Nessa época, crescia cada vez mais o descontentamento da população por causa da conivência do monarca com a exploração imperialista que os britânicos praticavam na China.

Em 1911, ocorre uma revolução chamada de Revolução Nacionalista ou Revolução de Xinhai, que marcou o fim do período dinástico do país, e instauram uma República Chinesa que foi instaurado de forma provisória sob a liderança de Sun Yat-sen, no ano seguinte é fundado o Kuomintang (Partido Nacionalista do Povo).

Apesar da mudança da forma de governo, a China ainda passava por um período de instabilidade que fomentou vários movimentos separatistas, principalmente ao sul que estava sendo liderados pelos senhores de guerra (apoiadores da monarquia) contra o Kuomintang. 

Em 1921, foi fundado o Partido Comunista Chinês com o objetivo de mobilizar camponeses e operários para transformar a China em um Estado comunista. O PCC contava com a participação da classe operária e tinham 57 fundadores, sendo o líder principal Mao Tsé-Tung.


Comunismo: uma ideologia política, social e econômica contrária ao capitalismo, na qual se estabelece uma sociedade igualitária.

Porém, a partir de 1925, os dois partidos passaram a lutar por projetos diferentes. Os nacionalistas do Kuomintang se aliaram aos conservadores. Os comunistas, por sua vez, alinharam-se à URSS, que mantinha sua política de expansão de áreas de influência.

  • Guerra Civil
O governo republicano rompeu com os comunistas em 1927, levando a uma guerra civil que se estendeu até 1937. Os comunistas iniciaram a chamada Longa Marcha para o Norte do país, buscando organizar o Exército Vermelho que, além de ações militares, faziam  propaganda dos ideais socialistas por todo o país. Foram percorridos aproximadamente 10 mil quilômetros, a maioria vindo das regiões de Jiangxi e Fujian, no final se estabeleceram em Yanan. 

  • República Popular da China

Em 1946, comunistas e nacionalistas entraram novamente em conflito, retomando a guerra civil. Em 1949, o Exército Vermelho venceu as forças governamentais e conquistou Pequim, a capital. Mao Tsé-tung proclamou então a República Popular da China, assumiu o governo e implantou um regime socialista.

Incidente Mukden

Em 1931 os japoneses invadem parte do território chinês, principalmente o território da Manchúria no país em 1937, o Japão iniciou uma guerra contra a China e invadiu o país.

O Incidente de Mukden, também conhecido como Incidente da Manchúria, foi uma sabotagem ferroviária que ocorreu em 18 de setembro de 1931 no sudoeste da Manchúria. Militares japoneses explodiram uma seção da estrada de ferro do sul da província, de propriedade do Japão, perto da cidade de Mukden (hoje Shenyang). 

O exército imperial japonês acusou dissidentes chineses pelo ato de sabotagem e o acontecimento foi usado como pretexto para a invasão e anexação japonesa da Manchúria, na qual o Japão estabeleceu seu estado fantoche de Manchukuo seis meses depois. O engano foi exposto pelo Relatório Lytton de 1932, levando o Japão ao isolamento diplomático e sua retirada em março de 1933 da Liga das Nações. 

Esse incidente representou um dos primeiros marcos da até então não-declarada Segunda Guerra Sino-Japonesa, que só a partir de 1937, após o Incidente da Ponte Marco Polo, aconteceria de forma aberta e declarada entre as duas nações.

  • Revolução Cultural Chinesa
Em 1958, Mao Tsé-tung lançou um plano econômico com o objetivo de promover uma rápida industrialização da China. Chamado de Grande Salto Adiante, o plano não funcionou, abalando a popularidade de Mao entre os chineses, incluindo os líderes do PCC e Liu Shaoqi, cotado para ser sucessor de Mao.

Para se manter no poder e combater seus adversários políticos, Mao lançou um movimento denominado Grande Revolução Cultural Proletária (1966-1976), mais conhecido como Revolução Cultural. Sob o pretexto de reeducar a população, as principais propostas de Mao eram: modificar os costumes tradicionais chineses, acabar com as influências capitalistas no país, combater os burocratas, realizar mudanças no ensino e unir o trabalho manual ao intelectual. 


Mao pretendia, com isso, construir uma China em que os valores individuais dessem espaço aos valores coletivos. A arte engajada foi incentivada, e as atitudes consideradas anticomunistas foram duramente reprimidas. 

Para disseminar seus ideais, Mao incentivou milhões de crianças e jovens chineses a compor a chamada Guarda Vermelha. Aos Guardas Vermelhos, que atuaram na China entre 1966 e 1968, cabia a responsabilidade de propagar as ideias maoístas e reprimir as pessoas consideradas inimigas da revolução.

Com a morte de Mao, em 1976 aos poucos a China foi se estabilizando. A partir de 1984, os novos líderes chineses começaram a abrir a economia para o mercado. Ainda que seja considerado país marxista, a China se parece com uma potência capitalista, com seus produtos sendo vendidos no mundo inteiro.

  • Referências

CARDOSO, Maurício. Capítulo 4 - A independência da Índia e a Guerra Fria na Ásia IN: Jornadas - novos caminhos história 9º ano. 1ª ed. São Paulo: Saraiva Educação S.A., 2022. pág. 140

DIAS, Adriana Machado [et al.]. Capítulo 7 - O mundo durante a Guerra Fria IN: Vontade de saber história 9º ano. 1ª ed. São Paulo: Quinteto Editorial, 2018. pág. 167

DIAS, Adriana Machado. Capítulo 7 - O mundo durante a Guerra Fria IN: Jovem Sapiens História 9º ano. 1ª ed. São Paulo: Scipione, 2022. págs. 187 - 189.

PEDRO, Antonio. Capítulo 34 -  Descolonização e revoluções IN: História da Civilização Ocidental. Volume único. 2ª ed. São Paulo: FTD, 2005. pág. 478.


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