A América Ibérica e suas revoltas

 


  • O que foi a América Ibérica?

Para compreendemos o que foi a América Ibérica, primeiro precisaremos compreender o motivo desse nome. Após as navegações ultramarinas, vários territórios foram descobertos entre eles temos o continente americano; esse continente foram divididos em várias colônias que foram divididos entre Portugal e Espanha (países monárquicos, localizados na Península Ibérica). Em Portugal após o desaparecimento do rei D. Sebastião, como o rei não havia deixado herdeiros para sucedê-lo, quem assumiu foi seu tio-avô, D. Henrique.

No entanto, D. Henrique acabou morrendo dois anos depois e, como também não possuía herdeiros diretos, foi iniciada uma crise de sucessão do trono português. Após a morte de D. Henrique, três pretendentes alegaram parentesco com D. Sebastião e lançaram-se na luta pelo trono. Entre os pretendentes, estava o rei espanhol, Filipe II, que possuía grande apoio entre os membros da nobreza portuguesa. Depois de invadir Portugal e vencer pequenos conflitos contra um dos pretendentes ao trono, chamado Antônio, o rei Filipe II foi coroado como rei de Portugal.

  • União Ibérica

A União Ibérica, que ocorreu entre 1580 e 1640, foi a unificação das Coroas espanhola e portuguesa a partir da crise sucessória do trono português. Essa crise de sucessão decretou o fim da Dinastia de Avis e coroou o rei Filipe II, da Espanha, como rei tanto de Portugal quanto da Espanha, o que acabou unificando o território da América que até então estava dividido.


O domínio europeu sobre territórios americanos submeteu as colônias às condições impostas pelas metrópoles. Na América ibérica, esse poder era exercido por Portugal e Espanha. No entanto, ao longo de mais de três séculos de colonização, as rebeliões organizadas por diferentes grupos da sociedade colonial (indígenas, africanos, comerciantes, colonos) questionaram o domínio metropolitano.

As motivações para que essas rebeliões ocorressem eram variadas: repúdio dos comerciantes aos monopólios praticados pela metrópole; críticas dos senhores de engenho aos impostos excessivos; resistência às constantes intervenções metropolitanas na política local da colônia.

  • Principais rebeliões na América Portuguesa
Uma curiosidade acerca das rebeliões ocorridas na América Portuguesa é que algumas das rebeliões que opuseram os colonos da América portuguesa à Coroa metropolitana, especialmente as que reivindicavam a independência (regional, e não “nacional”) em relação a Portugal. Veremos algumas a seguir:

Além dessas revoltas, duas outras tomaram uma proporção gigantesca para a história do Brasil o que auxiliou na modificação social:

  • 1) Conjuração ou Inconfidência Mineira (1789)

Um clima de tensão e revolta tomou conta de Minas Gerais quando o governador da capitania anunciou que haveria uma nova derrama (cobrança imediata dos impostos atrasados). Em reação à derrama, um grupo de colonos organizou um movimento contra as autoridades portuguesas, que ficou conhecido como Conjuração ou Inconfidência Mineira.

→ Principais líderes: Cláudio Manuel da Costa, Tomás Antônio Gonzaga, Carlos Correia de Toledo, Joaquim José da Silva Xavier (vulgo, Tiradentes) entre outros.

→ Principais Causas: exploração política e econômica; a Derrama, ou seja, a cobrança imediata dos impostos atrasados; o Quinto, ou seja, tirar 20% de todo o ouro extraída da região das Minas Gerais; e a Proibição da instalação de manufaturas na colônia.

→ Objetivos: obter uma independência do Brasil em relação à Portugal; Implantar uma república na região mineradora; Liberar e favorecer a implantação de manufaturas; Criação de uma universidade pública na cidade de Vila Rica; Adoção de uma bandeira local.


2) Conjuração Baiana ou Revolta dos Alfaiates (1798)

Quase dez anos após a Conjuração Mineira, ocorreu um novo movimento, dessa vez em Salvador na Bahia. Dele participaram alfaiates, pedreiros, sapateiros, soldados e escravos. Ficou evidente a atuação de grupos populares nesse movimento, conhecido como Conjuração Baiana ou Revolta dos Alfaiates.

→ Líderes: João de Deus, Manuel Faustino dos Santos, Lucas Dantas e Luís Gonzaga das Virgens.

→ Objetivos: a proclamação de um governo republicano, democrático e livre de Portugal; O fim da escravidão e dos preconceitos contra os negros e mulatos; A liberdade de comércio e o aumento dos salários dos soldados.

  • Revoltas na América Espanhola
Durante quase três séculos, a coroa da Espanha dominou uma parte imensa da América. Até o início do século XIX, a administração colonial espanhola organizava esses domínios em quatro vice-reinados e quatro capitanias gerais. Os vice-reinados eram: Nova Espanha (1535), Peru (1542), Nova Granada (1718) e Rio da Prata (1776). As capitanias gerais eram Cuba, Guatemala, Venezuela e Chile.
O grande império colonial espanhol ruiu entre 1810 e 1828, quando a maioria das regiões conquistou sua independência. Muitas das revoltas ocorridas estavam relacionadas com as elites coloniais da américa hispânica, a elite estava dividida entre:


Os Chapetones eram o termo dado aos colonos nascidos na Espanha; os Criollos eram os filhos dos espanhóis nascidos na América; os Mestiços eram a população dos libertos e por fim, os Indígenas e Escravos eram usados como mão-de-obra nos vice-reinos espanhóis. A seguir iremos conhecer algumas das principais revoltas ocorridas na América Espanhola:


  • Referências

COTRIM, Gilberto; RODRIGUES, Gilberto. Unidade 2 - América Independente; Capítulo 7 - Independências na América Latina. Historiar 8º ano. 3º ed. São Paulo: Saraiva, 2018.

SILVA, Daniel Neves. O que foi a União Ibérica?; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/historia/o-que-foi-uniao-iberica.htm. Acesso em 18 de fevereiro de 2023.

VAINFAS, Ronaldo [et al.] Unidade 2 - Américas Independentes; Capítulo 5 - Rebeliões e Conjurações no Brasil. História.doc 8º ano. 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2018.

VICENTINO, Claudio; VICENTINO, José Bruno. Unidade 1 - Mundo Contemporâneo: a era das revoluções; Capítulo 3 - As rebeliões na América Ibérica. 1ª ed. São Paulo: Ática, 2018.


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