O absolutismo europeu


O processo de formação das monarquias europeias, começou a se consolidar a partir da Baixa Idade Média, paralelamente ao desenvolvimento do comércio e das cidades. A esse momento, os historiadores afirmam que esse processo de formação deu início ao período denominado de História Moderna, o conceito de modernidade refere-se a um sentimento de ruptura em relação ao passado. Com o passar dos anos, passou a ser usada para se referir ao que era considerado inovador e positivo do ponto de vista europeu.

Após a desagregação do Império Romano do Ocidente (metade ocidental do Império Romano, atualmente é ocupado pelas regiões da África e parte da Europa), os reis exerceram principalmente, funções militares e políticas devido a ação da nobreza feudal. A Nobreza feudal era composta por senhores da terra, que controlavam de fato o poder.

→ A ordem política e a formação das monarquias

Com o enfraquecimento do sistema feudal, cria condições para formação das monarquias absolutistas e seus Estados modernos. Dentre os países europeus modernos do período temos: França, Portugal, Espanha, Inglaterra e Holanda. Ao longo desses conteúdo, iremos abordar sobre quatro monarquias absolutistas que se sobressaem aos demais: Inglaterra, França, Portugal e Espanha.

Com a formação das monarquias surge um regime denominado de Absolutismo. O absolutismo foi uma forma de governo que prezava pelo poder absoluto do monarca e surgiu para atender as demandas da nobreza feudal e da burguesia mercantil. Esse sistema governamental foi utilizado na Europa entre os séculos XVI e XIX e defendeu a teoria do poder absoluto do rei sobre toda a nação.

Haviam grupos sociais que estiveram envolvidos no processo de centralização do poder: nobres e os burgueses. Mas, além desses dois grupos sociais, existiam outros; confiram a pirâmide social abaixo:

 


→ Compreendo as classes sociais

Rei: detinham o maior poder expresso numa só figura. Eram aqueles que governavam e recebiam impostos dos outros grupos sociais.

Clero: era a classe detentora do poder da Igreja Católica (a maior poderosa instituição feudal) e aquela que sabia ler e escrever.

Nobreza (Burguesia): além dos nobres (que incluíam os senhores feudais, donos das terras e das riquezas), também estavam inseridos os guerreiros.

Povo (Trabalhadores e Camponeses): englobam os vilões, camponeses e servos (escravos), que trabalhavam nos feudos (produção de alimentos e construções) em troca de habitação, comida e proteção.

  • Monarquia centralizada inglesa
No início do século XVII (1603) as coroas inglesas e escocesas uniram-se em uma só monarquia, sob os esforços do rei Jaime (1566 - 1625).

→ Processo de Unificação Monárquico

Nas Ilhas Britânicas, em meados do século XI havia quatro reinos: Escócia, País de Gales, Irlanda (formados por povos celtas) e Inglaterra (formado por povos anglo-saxões). Nos primórdios da Idade Média, a região da Bretanha foi invadida pelas tribos dos anglos e saxões. No século XI, por volta de 1060 os normandos do norte da França invadiram as ilhas britânicas sob a liderança do rei Guilherme, o Conquistador. Em 1154, um nobre francês, Henrique Plantageneta, parente de Guilherme, herdou a Coroa do Reino da Inglaterra passando a chamar-se Henrique II (1154 - 1189). Nesse período ocorre de fato a centralização do poder na Inglaterra.


Com a morte de Henrique II, a Coroa Inglesa fica sob a responsabilidade de Ricardo, Coração de Leão (1189 - 1199) - filho de Henrique II - , ausentou-se da Inglaterra e lutou no continente europeu para manter seus domínios nas Ilhas Britânicas, devido a sua ausência acabou causando o enfraquecimento da autoridade real, causando que os nobres se voltassem contra a monarquia.


No reinado de João Sem-Terra ou João I (1199-1216), a manutenção dos conflitos militares e a alta dos impostos motivaram o estabelecimento de uma revolta entre os nobres. Pressionado por tal situação, João Sem-Terra foi obrigado a assinar os acordos impostos pela Magna Carta (1215), que ampliou os poderes do Grande Conselho (o que viria a ser o Parlamento inglês).


No século XIV, os ingleses prolongaram uma antiga disputa territorial com a França pela próspera região comercial de Flandres. Conhecido como a Guerra dos Cem Anos, esse conflito provocou um processo de empobrecimento que atingiu seu auge com a pandemia da Peste Negra, que atingiu toda a Europa. Consequentemente, o poder nobiliárquico se enfraqueceu e diversas revoltas camponesas agravaram a situação inglesa.


Em 1453, com o término da Guerra dos Cem Anos, as famílias Lancaster e York disputaram a sucessão do trono inglês. Conhecida como Guerra das Duas Rosas, esse conflito se resolveu somente quando o Lancaster Henrique Tudor buscou o apoio da burguesia para dar fim à contenda. Nomeado como Henrique VII, esse monarca deu início à dinastia Tudor, que inaugurou o estabelecimento dos regimes absolutistas na Inglaterra.

  • Monarquia centralizada francesa

Ao longo da Idade Média, o território francês sofreu com o processo de desfragmentação política motivado pelo surgimento do feudalismo. Somente no século XII, durante a dinastia Capetíngia (iniciada por Hugo Capeto), o processo de centralização política francês foi iniciado pelo rei Filipe II. Usando dos conflitos contra os ingleses pelo controle do norte da França, este monarca conseguiu formar um grande exército sustentado pelos impostos cobrados ao longo do território.


Durante o governo do rei Luís IX, o poderio real foi ampliado com a criação de instituições jurídicas subordinadas às leis nacionais e a economia comercial se fortaleceu com a instituição de uma única moeda nacional. Tempos depois, no governo de Filipe IV, o Belo, a autoridade monárquica já era uma realidade presente. No ano de 1302, a assembléia dos Estados Gerais – composta pelo clero, a nobreza e os comerciantes – foi criada com o intuito de reafirmar a ação política do rei.


No ano de 1453, o rei Carlos VII concluiu o processo de expulsão dos britânicos do território francês e passou a comandar com amplos poderes. Com o apoio dos grandes burgueses, centralizou o governo nacional, criou novos impostos e financiou a instituição de um exército permanente. A partir de então, a França tornou-se o exemplo máximo do absolutismo real europeu.

A monarquia francesa se consolidou, definitivamente nos séculos XIV e XV, durante a Guerra dos Cem anos contra a Inglaterra. Aliás, esse conflito foi importante também para a Inglaterra consolidar seu poder central.

  • Monarquia Portuguesa

A formação de Portugal, como país independente, tem origem em 1093, através das terras doadas pelo rei dom Afonso VI de Leão e Castela a D. Henrique de Borgonha. A história de Portugal, porém, deve ser entendida desde a ocupação da Península Ibérica, habitada pelos iberos, entre outros povos. Igualmente, não podemos separar a formação de Portugal da história da Espanha.

No século VI a.C., entraram na península os celtas, procedentes da Gália – atual França. Suas tribos espalharam-se pelo território, principalmente na região do rio Tejo e deram origem a várias populações, entre as quais estavam os lusitanos. Iniciado a partir de 1125, com o nobre Dom Afonso Henriques dando início à formação do reino de Portugal. Em 1139, depois de romper e de guerrear contra os reinos de Leão e Castela, tornou o Condado Portucalense um reino independente. Depois, os portugueses expandiram seu território ao guerrear contra os muçulmanos.

Apesar disso, o reino português foi criado a partir da junção dos Reinos de Leão, Galícia e Castela. Até sua estabilização territorial, houveram inúmeras disputas internas devido a escolha do líder que governaria a região. Dom Afonso I inaugurou a Dinastia de Borgonha e seus sucessores encarregam-se de consolidar as fronteiras do país.

  • Monarquia Espanhola

No final do século XV, com o casamento entre Isabel I (rainha do Reino de Castela) e Fernando II (monarca do Reino de Aragão), houve a unificação política de grande parte do atual território da Espanha.


Uma das principais realizações desses reis foi conquistar, em 1492, o território de Granada, último reduto muçulmano na Península Ibérica. Além disso, foram os principais responsáveis pela formação do Estado Moderno Espanhol.

Por reunir diferentes culturas sob um mesmo governo e território, a imposição da autoridade dos castelhanos sobre as demais regiões ibéricas causou, ao longo dos séculos, conflitos comuns até hoje em locais como a Catalunha e o País Basco. Toda a formação da Espanha ocorreu com o processo das guerras de reconquista de territórios perdidos para os muçulmanos durante a Idade Média.


  • Referências:

BEZERRA, Juliana. A História e Formação de Portugal. Toda Matéria. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/formacao-de-portugal/ Acesso em 11 de fevereiro de 2023.

BRAICK, Patrícia Ramos; BARRETO, Anna. Capítulo 1 - Os Estados europeus e o absolutismo monárquico. Estudar História 7º ano. 3ª ed. São Paulo: Moderna, 2018.

SOUSA, Rainer Gonçalves. Formação da Monarquia Nacional BritânicaBrasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/historiag/formacao-estado-nacional-britanico.htm. Acesso em 10 de fevereiro de 2023.

SOUSA, Rainer Gonçalves. Formação da Monarquia Nacional FrancesaBrasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/historiag/formacao-monarquia-nacional-francesa.htm. Acesso em 10 de fevereiro de 2023.

TRILHAS. Sistema de Ensino. Capítulo 1 - A Era Moderna. Módulo 1. Ensino Fundamental II - História 7º ano. 1ª ed. São Paulo: FTD, 2018. p. 278


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