A Segunda Guerra Mundial


Para compreendemos o que foi a Segunda Guerra Mundial, primeiro precisaremos nos situar sobre o que estava ocorrendo no mundo europeu durante o século XX. De modo generalizado, a Alemanha que saiu derrotada da primeira guerra e obrigada a assinar o Tratado de Versalhes desde de 1919, contava com um novo governante - Adolf Hitler - que declarou que a Alemanha não se considerava mais obrigada às cumprir as determinações desse tratado, dessa forma restabeleceu o recrutamento militar, construiu uma nova força aérea e fortaleceu a marinha.

Um dos objetivos do governo nazista era a incorporação da Áustria ao Terceiro Reich, o que o Tratado de Versalhes proibira expressamente. Mas Hitler insistia em afirmar que a Anschluss (anexação) era necessária. Acreditando que a Áustria não valia uma guerra, os governos da França e da Inglaterra informaram ao chanceler austríaco, Kurt von Schuschnigg, que não o ajudariam no caso de uma invasão alemã. Sem apoio, Schuschnigg renunciou e, a 13 de março de 1938, a Áustria foi declarada província alemã por líderes nazistas locais.

Com isso, os alemães seguem anexando mais territórios como os Sudetos, da Tchecoslováquia. Como esse último não podia se defender contra o ataque alemão, foi decidido na Conferência de Munique um acordo que previa a imediata evacuação dos soldados tchecos dos Sudetos e sua ocupação por tropas alemãs. A política de apaziguamento fazia mais uma vítima: a soberania da Tchecoslováquia. 

  • Fatores que contribuíram para a nova guerra
Desde do final da primeira guerra os conflitos originados com a imposição do Tratado de Versalhes, desencadeou reações adversas e um forte sentimento nacionalista. Houve a adoção de uma política de apaziguamento para tentar garantir a paz internacional o que não foi o suficiente. 

A Liga das Nações , que foi um órgão internacional criado ao final da primeira guerra que era responsável por manter a paz entre os países, porém se demonstrou como sendo extremamente frágil. No continente asiático, houveram diversas invasões territoriais pelo império japonês, que avançou pela Ásia (1931) e Ilhas do Pacífico; a Itália também invadiu o território da Etiópia na África (1935) e na Europa, a Alemanha reincorpora territórios como o Sarre (1935) e a Renânia (1936). 

A Guerra Civil Espanhola (1936-1939), em que morreram mais de 1 milhão de pessoas, deu o poder ao general golpista Francisco Franco, pôs fim à República Socialista Espanhola e permitiu a Adolf Hitler e Benito Mussolini testarem os novos armamentos produzidos pela indústria bélica de seus países, consolidando a aliança chamada Eixo Berlim-Roma (formado pela Alemanha, Itália e contou com adesão do Japão, algum tempo depois). 

A expansão japonesa na Ásia levou o Japão a entrar em conflito com a União Soviética e com outros países imperialistas ocidentais. Em seguida, o país se uniria aos alemães e italianos, formando com eles o Eixo Roma-Berlim-Tóquio. Os três países assinaram o pacto anti-Komintern, para combater o comunismo internacional, e encontravam na passividade geral o ânimo para novas investidas territoriais. 

Em contrapartida, surge o bloco econômico dos Aliados (formado pela Inglaterra, França, União Soviética e os Estados Unidos) que tinha o objetivo de preservar os acordos feitos ao final da primeira guerra e conter o avanço nazista.

  • Fases da Segunda Guerra 

1. Supremacia do Eixo (1939 - 1941) 

2. Equilíbrio de Forças (1942 - 1943) 

3. Derrota do Eixo (1944 - 1945) 

  • Pacto Nazi-soviético de não agressão
Ainda na Conferência de Munique, onde os chefes dos Estados da Alemanha (Adolf Hitler), Itália (Benito Mussolini) e os representantes da Inglaterra (o primeiro-ministro Neville Chamberlain) e da França (primeiro-ministro Édouard Daladier) firmaram o acordo que entregou os Sudetos aos nazistas. 

Enquanto se desenrolavam essas negociações, surgiu uma notícia bombástica: a 23 de agosto de 1939 a Rússia comunista e a Alemanha nazista assinaram um pacto de não agressão. Um anexo secreto previa a divisão da Polônia entre as duas partes e o controle russo da Letônia e da Estônia.

 


O Pacto Germano-Soviético (também conhecido como Pacto Ribbentrop-Molotov) foi o sinal para a invasão da Polônia. No amanhecer de 1º de setembro de 1939, as tropas alemãs atravessaram a fronteira. A Inglaterra e a França declararam guerra à Alemanha. Tinha início a Segunda Guerra Mundial. n Os governos da Inglaterra e da França, de acordo com os compromissos públicos assumidos, reagiram, dando início à Segunda Guerra Mundial. Em poucos dias, as tropas polonesas foram destruídas e o país ocupado.

  • Blitzkrieg (guerras relâmpagos)
Foi uma tática nazista que combinava um rápido avanço de tanques blindados com ataques aéreos. Essa tática foi iniciada em abril de 1940, invadiram a Dinamarca e a Noruega; no mês seguinte, tomaram os países como a Bélgica, Holanda e Luxemburgo, preparando-se para invadir a França, em junho do mesmo ano, conquistando Paris. 

Do território francês, o Luftwaffe (Aviação Alemã) começou a bombardear os ingleses, causando sérios prejuízos materiais e humanos. A Força Aérea Britânica (RAF) no entanto conseguiu enfrentar os aviões nazistas e impediu que o território inglês fosse invadindo e ocupado. 

A Itália tentou invadir a Grécia, mas as suas tropas foram derrotadas obrigando o Exército Alemão a enviar algumas divisões para ajudar os fascistas.

  •  Operação Barbarossa (ou Barba Ruiva)
Em 1941, sem que a Inglaterra estivesse dominada, Hitler deu ordens para ativar a Operação Barbarossa, considerada a maior da história e mais feroz campanha militar da história em termos de mobilização de tropas e baixas sofridas, onde 4.5 milhões de soldados do Eixo invadiram a União Soviética. 

→ Invasão da URSS: aconteceu em 22 de junho de 1941, o plano dos alemães era conquistar o país em 8 semanas. Os alemães tinham três objetivos: Moscou, Leningrado e Stalingrado.


As tropas alemãs, no entanto, distantes de suas linhas de abastecimento, começaram a sofrer falta de combustível e tiveram de enfrentar estradas que se transformavam em um mar de lama quando chegaram as chuvas de outono. Além disso, um inverno rigoroso prejudicou a tentativa alemã de ocupar Moscou. A campanha russa demonstrava que os nazistas não eram invencíveis.

  • Ataque a Pearl Harbor

Com a ameaça de guerra de Hitler no oeste, ele queria pôr fim às provocações japonesas do estado-marionete de Manchukuo. A rivalidade entre a Rússia e o Japão datava da época tzarista e a humilhante derrota russa em 1905 certamente não fora esquecida pelo regime soviético. Com Stalin, as forças no Extremo Oriente haviam sido consideravelmente ampliadas. 

Os militares japoneses estavam obcecados com a ameaça do bolchevismo. Desde a assinatura do Pacto Anti-Komintern entre a Alemanha e o Japão, em novembro de 1936, as tensões na fronteira mongol entre os unidades de fronteira do Exército Vermelho e o Exército Kwantung japonês haviam aumentado.


Os ânimos japoneses se exaltaram a tal ponto que em 07 de dezembro de 1941, a maior base naval norte-americana de Pearl Harbor no Pacífico Sul, nas águas do Havaí foi atacada por Kamikazes japoneses (pilotos de caça assassinos), determinando a entrada dos EUA no conflito. Um dia após a ofensiva à base naval, o Congresso norte-americano aprovou a declaração de guerra contra o Japão e o seu projeto expansionista. 

→ Saldo de ataque: destruiu 18 embarcações e mais de 300 aeronaves americanas e o total de mortos foram de cerca de 2 mil soldados americanos. 

  • Dia 'D' na Normandia

Ocorrido no dia 06 de junho de 1944, um enorme exército comandado por britânicos e estadunidenses, invadiram o norte da França. Esse exército foi comandado pelo general Dwight Eisenhower, foi a maior operação militar de desembarque de tropas na história europeia. Ao final do mês de agosto, Paris estava livre, os soviéticos e estadunidenses tomaram Berlim no dia 02 de maio de 1945. 

O processo de rendição das tropas nazistas foi iniciado, dando fim à guerra na Europa. Só o Japão que resistia, mas em agosto, diante das bombas atômicas jogadas pelos EUA nas cidades de Hiroshima e Nagasaki, o imperador Hiroshito se rendeu aos aliados. 

→ Bombardeio em Hiroshima 

O bombardeio de Hiroshima foi um ataque nuclear realizado pelos Estados Unidos em 6 de agosto de 1945, durante a Segunda Guerra Mundial. A explosão matou cerca de 140.000 pessoas e causou danos devastadores à cidade. Foi o primeiro uso de uma arma nuclear em guerra na história da humanidade.


A bomba atômica foi desenvolvida por cientistas e engenheiros num projeto chamado de Manhattan. Antes de ser lançada ao Japão foi testada no dia 16 de julho no deserto do Novo México, nos Estados Unidos. O mundo estava em guerra e, numa tentativa de que o Japão se rendesse, o governo dos Estados Unidos da América lançou a bomba nuclear do avião de bombardeio B-29 chamado de Enola Gay

A bomba continha em sua carga urânio 235, tinha cerca de 3 metros de comprimento e pesava 4 toneladas. Batizada de "Little Boy”, foi lançada a uma distância entre 500 e 600 metros acima da cidade de Hiroshima e a destruiu. Cerca de 86% da população que estavam a 1 km da explosão morreram instantaneamente. 

→ Bombardeio em Nagasaki 

Foi um ataque nuclear realizado pelos Estados Unidos em 9 de agosto de 1945, a explosão matou dezenas de milhares de pessoas instantaneamente e muitas outras morreram posteriormente devido à exposição à radiação. Foi o segundo e último ataque nuclear na história da humanidade. A bomba conhecida pelo nome “Fat Man” foi lançada três dias depois pelo bombardeiro estadunidense B-29 Bockscar, a aproximadamente 600 metros acima da cidade. 

A bomba lançada em Nagasaki continha carga de plutônio 239, tinha pouco mais de 3 metros de comprimento e pesava cerca de 4 toneladas e meia. O projétil levou 70 mil pessoas à morte e a destruição de quase metade da cidade. Finalmente, no dia 2 de setembro de 1945, o Japão rende-se.

  • Holocausto
Marcado por fatos, locais, teorias e personagens que passaram para a história como uma representação sombria, criou alguns conceitos que lembramos nos dias de hoje como:


Para apressar a “solução final”, os campos de concentração, que originalmente se destinavam a presos políticos, foram transformados em centros de execução. Judeus de toda a Europa foram presos – para “realocamento”, como lhes era dito. Amontoados em vagões de gado, as vítimas – 80 ou 90 em cada vagão – viajavam por vezes durante dias, sem alimentos ou água, sufocadas com o cheiro de vômito e excrementos, e deprimidas pelos gritos e choros das crianças.

O campo de concentração de Auschwitz, na Polônia, era a maior “fábrica de morte”. Ali, muitos judeus pereceram nas câmaras de gás. As chaminés exalavam uma fumaça negra e o cheiro de carne queimada impregnava a região. O extermínio dos judeus era a realização das teorias raciais nazistas. O Estado alemão matou cerca de 6 milhões de judeus, dois terços da população judaica da Europa. Desse total, cerca de 1,5 milhão eram crianças.
  • Consequências
A batalha final da segunda guerra foi travada em Berlim, onde foi organizada a resistência final dos nazistas. Os soviéticos invadiram a capital alemã em 25 de abril de 1945. Hitler e sua esposa - Eva Braun - cometeram suicídio cinco dias depois da invasão, e eles tinham se casado no dia anterior à morte.

Já no cenário asiático, a guerra teve fim oficialmente no dia 02 de setembro de 1945, quando os japoneses assinaram sua rendição incondicional aos americanos.

Foram criados tribunais que julgaram os crimes de guerra como o Tribunal Militar Internacional de Nuremberg e o Tribunal Internacional do Extremo Oriente, e em fevereiro de 1945, deu-se a Conferência de Yalta, às margens do Mar Negro, na Crimeia (União Soviética). Novamente reunidos, Roosevelt, Churchill e Stálin discutiram a criação da Organização das Nações Unidas (ONU), em bases diferentes das da Liga das Nações.

Definiram também a partilha mundial, deixando o predomínio sobre a Europa Oriental para a União Soviética, que incorporou os territórios alemães a leste. Estabeleceu-se a participação da União Soviética na rendição do Japão, com a divisão da Coreia em áreas de influência soviética e norte-americana. Separava-se o mundo capitalista do socialista.

Meses depois, em agosto, realizou-se nos subúrbios de Berlim a conferência de Potsdam. Com a rendição alemã, Stálin, Harry Truman, sucessor de Roosevelt, e Clement Attllee, sucessor de Churchill, decidiram pela desnazificação da Alemanha, com a criação do Tribunal de Nuremberg para julgar os criminosos de guerra, a desmilitarização do país e a abolição dos trustes e cartéis que subsidiaram o nazismo e a cessão de Dantzig à Polônia.

A principal medida, no entanto, foi a divisão da Alemanha em quatro zonas de ocupação: inglesa, francesa, norte-americana – conjunto que mais tarde deu origem à Alemanha Ocidental (República Federal da Alemanha) – e soviética – posteriormente originando a Alemanha Oriental (República Democrática Alemã). A cidade de Berlim, situada na zona soviética, também foi dividida em quatro zonas.
  • Referências
BEEVOR, Antony. A Segunda Guerra Mundial. Trad.: Cristina Cavalcanti. 1ª ed. Rio de Janeiro: Record, 2015 [recurso digital]

Bomba de Hiroshima. Toda Matéria[s.d.]. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/bomba-de-hiroshima/. Acesso em: 29 mar. 2023

CAMPOS, Flavio de [et al.]. Capítulo 4 - A Segunda Guerra Mundial IN: História - escola e democracia 9º ano. 1º ed. São Paulo: Moderna, 2018

MAGNOLI, Demétrio (org.); TOTA, Pedro. Segunda Guerra Mundial IN: História das guerras. 4ª ed., 1ª reimpressão. São Paulo: Contexto, 2017.

VICENTINO, Cláudio; DORIGO, Gianpolo. A Segunda Guerra Mundial (1939 - 1945) IN: História Geral e do Brasil v. 3. 2º ed. São Paulo: Scipione, 2013

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