Civilizações Mesopotâmicas

 


No mesmo milênio em que se formava a civilização egípcia, desenvolvimento semelhante se verificava ao longo das margens dos rios Tigre e Eufrates, apenas a poucas centenas de quilômetros de distância. Ali como no Egito, o progresso técnico ocorria muito mais rapidamente do que na Europa. Antes que todos os povos europeus houvessem adotado o uso do metal, haviam os povos orientais passado pela Era do Cobre e do Bronze e ingressado na Idade do Ferro.

De seus primitivos centros no Egito e na terra entre os rios Tigre e Eufrates, a civilização logo se espalhou por todo o Crescente Fértil, a área de terras produtivas em forma de ferradura que se estende no rumo norte da Babilônia, em direção ao planalto do Eufrates, e depois se curva no rumo sul, outra vez, passando pela SÍRIA e pela Palestina.

Gradualmente, a civilização ainda mais se difundiu: na direção leste para a terra dos Medos e dos Persas; na do oeste pela Ásia Menor, até as ilhas e península da Grécia e da Itália, até as costas distantes do Mediterrâneo. Por conveniência, os historiadores se referem a essa civilização como "MESOPOTÂMICA", embora seja às vezes o termo MESOPOTÂMIA restringido à parte norte da terra que fica entre os dois rios no Oriente Médio, onde atualmente é constituído o território do Iraque (veja mapa abaixo).


No mesmo milênio em que se formava a civilização egípcia, desenvolvimento semelhante se verificava ao longo das margens dos rios Tigre e Eufrates, apenas a poucas centenas de quilômetros de distância. Ali como no Egito, o progresso técnico ocorria muito mais rapidamente do que na Europa. Antes que todos os povos europeus houvessem adotado o uso do metal, haviam os povos orientais passado pela Era do Cobre e do Bronze e ingressado na Idade do Ferro.

De seus primitivos centros no Egito e na terra entre os rios Tigre e Eufrates, a civilização logo se espalhou por todo o Crescente Fértil, a área de terras produtivas em forma de ferradura que se estende no rumo norte da Babilônia, em direção ao planalto do Eufrates, e depois se curva no rumo sul, outra vez, passando pela SÍRIA e pela Palestina.

Gradualmente, a civilização ainda mais se difundiu: na direção leste para a terra dos Medos e dos Persas; na do oeste pela Ásia Menor, até as ilhas e península da Grécia e da Itália, até as costas distantes do Mediterrâneo. Por conveniência, os historiadores se referem a essa civilização como "MESOPOTÂMICA", embora seja às vezes o termo MESOPOTÂMIA restringido à parte norte da terra que fica entre os dois rios no Oriente Médio, onde atualmente é constituído o território do Iraque (veja mapa abaixo).

Devido às extensas áreas férteis próximas aos rios e por não possuir proteções naturais, facilitou o acesso de vários povos à região. A civilização mesopotâmica era completamente diferente da egípcia. Sua história política, assinalada por interrupções bruscas; sua composição racial era menos homogênea e sua estrutura social e econômica oferecia campo mais longo à iniciativa individual.

Ainda nessa mesma região, se desenvolveu um dos mais antigos sistemas de escrita, que eram feita através das placas de argila. Ali foram criadas escolas para jovens aprenderem a ler e a escrever. No entanto, poucos estudantes podiam frequentar essas escolas. Nessa sociedade, o domínio da escrita representava uma forma de poder.

  • Povos da Mesopotâmia
Ao longo do tempo, a região foi habitada por povos que em momentos diferentes se confrontaram, mas apesar de terem línguas e culturas diversas, esses povos são chamados de forma geral de mesopotâmicos. Veja abaixo que foram alguns desses povos:


Iremos nos aprofundar um pouco mais sobre os três primeiros povos citados acima:

→ Sumérios: Aproximadamente em 3500 a.C., os sumérios já haviam formado mais de uma dezena de cidades, como Ur, Uruk, Nipur e Lagash. Conhecidas como cidades-Estado, eram núcleos politicamente independentes e dominavam cidades menores e aldeias.

Economia: cultivavam trigo, cevada, legumes e frutas; criavam rebanhos de ovelhas, cabras, porcos, bois, muares (burros ou jumentos) e praticavam a pesca. Como eles produziam essa variedade, também se dedicaram ao comércio não só local como em cidades mais distantes.

Principais construções: templos (também chamados de Zigurates) e palácios.


Com o crescimento da produção, passaram a registrar as transações comerciais, a quantidade de mercadorias, as conquistas de guerra, etc. Muito disso foi documentado em tabuletas de argila com um tipo de escrita pictográfica (em forma de desenhos), chamado de escrita cuneiforme. Os escribas, pessoas que faziam esses registros, tinham papel de destaque em toda a sociedade mesopotâmica.

Acádios: Foram os povos conhecidos como acadianos, vindos do norte, conquistaram a Suméria pouco antes de 2330 a.C. Décadas mais tarde, o rei Sargão I liderou a unificação das várias cidades-Estado, fundando um império que dominava todo o sul da Mesopotâmia.

Foram esses povos responsáveis que se criaram os primeiros códigos jurídicos escritos. Entre os mais antigos códigos, destaca-se aquele que foi instituído no governo de Hamurabi, rei da Babilônia.

→ Assírios: Os assírios estabeleceram-se no norte da Mesopotâmia desde 2500 a.C., na região chamada Assur. Durante séculos, eles foram atacados por diversos povos. Para se defender, fugiram para o alto das montanhas e organizaram exércitos. Os assírios desenvolveram conhecimentos militares e, pouco a pouco, ampliaram seus territórios. A partir do século XX a.C., dominaram todo o norte da Mesopotâmia. Porém, a região de Assur foi conquistada pelos babilônios durante o governo de Hamurabi, no século XVIII a.C.
  • Código de Hamurabi
Foi na Mesopotâmia a primeira tentativa de agrupar os costumes e normas vigentes de um povo através da escrita, antes disso contava-se apenas com a passagem de forma oral. A ideia de criar o Código como algo original não parte de Hamurabi, o rei que leva o nome do ordenamento, mas o que parte dele é o interesse em reunir esses costumes e normas que já eram praticados há muito tempo.

Assim, o Código de Hamurabi seria inovador por emoldurar, pela primeira vez, de maneira escrita, palpável e física, um ordenamento jurídico, ao mesmo tempo que não trazia leis inovadoras, pois, era apenas a transcrição de costumes já latentes na civilização mesopotâmica. 


→ Princípio de talião

O Código de Hamurabi instituiu um meio para limitar esses excessos. Era o princípio de talião (ou lei de talião), pelo qual a pena seria proporcional à ofensa cometida: “olho por olho, dente por dente”.

Os artigos do Código de Hamurabi descrevem casos específicos que serviam de modelos a serem aplicados em questões semelhantes. Vejamos alguns exemplos:

          

  • Escrita Suméria
Como disse anteriormente, a escrita suméria surgiu como forma de atender uma necessidade das cidades sumérias, os sacerdotes teriam percebido que já não podiam confiar apenas na memória oral para registrar as atividades dos templos, como: empréstimos de animais, pagamento a comerciantes, controle de produtos estocados em seus armazéns, etc.

Para gravar essas informações, supõe-se que eles desenvolveram, aos poucos, um sistema de escrita. Foram, então, criando alguns sinais que representavam números e outros que representavam coisas, como animais, pessoas e mercadorias.

Entre os sumérios, predominava o sistema numérico sexagesimal, isto é, que tinha como base o número 60. Esse sistema é utilizado até nossos dias para medir os graus angulares: 30°, 90°, 360°. E também para medir o tempo: 1 hora tem 60 minutos, 1 minuto tem 60 segundos.

Além das atividades dos templos, a escrita era usada para registrar ensinamentos religiosos, normas jurídicas, literatura. Assim, os sumérios puderam escrever histórias que até então eram transmitidas entre eles apenas de forma oral.

Para escrever, os sumérios utilizavam argila e um tipo de estilete em forma de cunha. A cunha é uma peça de madeira ou metal que servia para esculpir materiais como pedra, madeira e barro. Por causa desse instrumento, a escrita foi chamada de cuneiforme. A escrita cuneiforme foi utilizada para registrar várias línguas faladas na Mesopotâmia, como: o sumério, o acadiano, o babilônio e o assírio.


  • Aspectos culturais dos mesopotâmicos
Os povos mesopotâmicos eram politeístas (em grego, poli = muitos; theo = deus). Eles acreditavam em diversos deuses, que tinham características humanas e estavam relacionados a elementos da natureza. Veja exemplos desses deuses:
  • • Anu – deus do céu;
  • • Ishtar – deusa do amor e da guerra;
  • • Enlil – deus do ar e do destino;
  • • Shamash – deus do Sol e da justiça;
  • • Ninmah – deusa da terra e da fertilidade;
  • • Enki – deus das águas, da sabedoria e das técnicas.
Os povos da Mesopotâmia acreditavam também que, depois da morte, o espírito da pessoa ia para um mundo inferior, um lugar deprimente e terrível e os rituais religiosos eram conduzidos pelos sacerdotes em templos chamados Zigurates.

Os povos mesopotâmicos eram extremamente inovadores, alguns exemplos disso foram na arquitetura com uso de arcos, na escultura predominavam os baixos-relevos, na astronomia os mesopotâmicos aprenderam a prever os eclipses e diferenciar as estrelas e dos planetas, bem como criaram um calendário com a ano dividido em 12 meses lunares, com sete dias semanais e o dia dividido em 12 horas de 120 minutos.

Inclusive para administrar as cidades, os mesopotâmicos dominaram a Matemática, foi devido a isso que inventaram a álgebra e ocorreram avanços nos cálculos de divisão e multiplicação, raiz quadrada e raiz cúbica e dividiram o círculo em 360 graus.
  • Modos de vida
Principal atividade: agricultura

Comércio: produtos diversificados, madeiras, metais e pedras preciosas.

O comércio desenvolveu-se e alcançou terras distantes: negociavam-se produtos diversos fabricados pelos babilônios, além de madeiras, metais e pedras preciosas, que eram trocados por tecidos e outras manufaturas. Essas trocas eram possíveis graças à rede de rios da região. Em consequência, a Babilônia transformou-se em um dos mais importantes entrepostos comerciais da Antiguidade.

Sociedade estratificada: As categorias sociais menos privilegiadas eram os camponeses e os escravos. Estes eram, principalmente, prisioneiros de guerra, mas havia também escravos por condenação e por dívidas.


Órgãos coletivos:

→ Conselho dos notáveis: formado por membros locais poderosos.

→ Assembleia: formado por homens livres, que correspondiam a antigos líderes tribais.

Com o tempo, os reis firmaram sua autoridade acima dos órgãos coletivos e a monarquia passou a ser hereditária (ou seja, transmitida de pai para filho, ou para o parente mais próximo).
  • Referências
CLINE, Eric H.; GRAHAM, Mark W. Impérios antigos: da Mesopotâmia à origem do Islã. Trad.: Getúlio Schanoski Jr. São Paulo: Madras, 2012

COTRIM, Gilberto; RODRIGUES, Jaime. Capítulo 5 - Mesopotâmia IN: Historiar 6º ano. 3ª ed. São Paulo: Saraiva, 2018.

KRAMER, Samuel Noah. Mesopotâmia: o berço da civilização. Coleção Life. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editora S.A, 1967

KRIWACZEK, Paul. Babilônia - A Mesopotâmia e o nascimento da civilização. Trad.: Vera Ribeiro. São Paulo: Zahar [recurso eletrônico]

NETTO, João Lourenço da Silva. A Mesopotâmia e seus povos. Ilust.: Iran Carlos Stalliviere Corrêa. Museu de Topografia Profº Laureano Ibrahim Chaffe. Departamento de Geodésia/ UFRGS, 2009.

VICENTINO, Cláudio; VICENTINO, José Bruno. Capítulo 6 - As civilizações mesopotâmicas IN: Teláris História 6º ano. 1ª ed. São Paulo: Ática, 2018.

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