Outros eventos contribuíram para a impopularidade de Nicolau II. Em janeiro de 1905, milhares de pessoas pobres se reuniram em uma manifestação popular pacífica em frente ao Palácio de Inverno, sede do governo russo. A manifestação foi violentamente reprimida pelas tropas do czar.
Esse episódio, que resultou em cerca de mil mortos e mais de 2 mil feridos graves, foi chamado de Domingo Sangrento e desencadeou uma onda de protestos, greves e levantes. Em uma dessas revoltas, marinheiros assumiram o controle do encouraçado Potemkin, ancorado no mar Negro.
Apesar da revolução russa ser feita de uma série de conflitos, dois momentos em especiais se sobressaem:
Fevereiro de 1917: quando surge um governo provisório menchevique, sob a chefia de Kerensky. O novo governo decidiu manter o país na guerra, mas se desgastou com as sucessivas derrotas militares. O descontentamento popular, antes dirigido ao czar, transferiu-se para os mencheviques.
Em 12 de março de 1917, a população tomou as ruas de várias cidades do país e, sem apoio, o czar foi obrigado a renunciar. Assumiu o poder um governo provisório, formado pelos políticos mais conservadores da Duma (espécie de parlamento russo), chamados mencheviques, pessoas que não desejavam mudanças radicais na sociedade. Embora tenha adotado medidas como jornada de trabalho de 8 horas, legalização de partidos políticos e anistia aos presos políticos, esse governo não abraçou algumas das causas mais importantes para os trabalhadores, como a saída da Primeira Guerra Mundial e a reforma agrária. Aproveitando a situação, o líder do grupo bolchevique, Vladimir Lenin, que se encontrava exilado no exterior, voltou à Rússia em abril de 1917. Ele defendia que os sovietes deveriam tomar o poder para instalar um regime socialista.
Os bolcheviques conquistaram a simpatia popular, sobretudo após a divulgação das
Teses de abril, os lemas defendidos por Lênin eram: “Paz, terra e pão” e “Todo poder aos sovietes”. Com o agravamento da situação social provocada pela permanência da Rússia na guerra, as ideias de Lênin foram ganhando força entre a população.
Novembro de 1917: fechamento da DUMA, deposição de Kerensky e criação de um Conselho dos Comissários dos Povos (liderados por Lênin, Trotski e Stalin). O governo bolchevique estatizou os bancos e as indústrias, que passaram para o controle dos trabalhadores, e acabou com as grandes propriedades rurais, que começaram a ser administradas pelos camponeses. Dentre as principais consequências das revoluções temos:-A deposição do Czar Nicolau II e sua família foram assassinados em julho de 1918;
-Em 06 de novembro, os operários e os camponeses sob a liderança de Lênin tomaram o poder;
-Concessão de anistia aos prisioneiros e exilados políticos.
Quando os bolcheviques liderados por Lênin adotou várias medidas que tiveram repercussão social como acordos de paz com os alemães, confisco de terras da família real, estatização da economia e estabelecimento de igualdade de direitos entre homens e mulheres.
Essas medidas foram mal recebidas pelos monarquistas, mencheviques e liberais, que, com a ajuda das potências capitalistas (Inglaterra, Estados Unidos e Japão), formaram o Exército Branco para combater a Revolução de Outubro.
Seus opositores, os bolcheviques, organizaram o Exército Vermelho, comandado por Trotsky. Teve início, então, uma sangrenta guerra civil entre os dois exércitos, que se estendeu por três longos anos (1918-1921).
A guerra civil terminou com a vitória dos bolcheviques. Ao fim do conflito, porém, a economia encontrava-se totalmente arrasada e o povo russo, esgotado e empobrecido. A fome tinha tirado a vida de milhões de pessoas.
Diante desse cenário, o governo de Lênin adotou medidas capitalistas ao lado das socialistas, essas medidas ficou conhecida como 'Nova Política Econômica' ou NEP, que permitiu conseguir empréstimo do estrangeiro para recuperar a agricultura russa.
Em 30 de dezembro de 1922, diversos Estados europeus e asiáticos do antigo império czarista aderiram ao governo revolucionário russo, constituindo a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS).
Após disputas internas, o poder passou para Josef Stalin, que governou o país de 1924 até sua morte, em 1953. Stalin exerceu o poder de forma autoritária, perseguindo e assassinando seus opositores.
Sob seu governo, até mesmo muitos dos líderes da Revolução de 1917 foram eliminados, como Leon Trotski, general do Exército Vermelho (que apoiavam os bolcheviques) que criticava o fim da vida democrática nos sovietes e o excesso de poder nas mãos de Stalin.
→ Nascimento do Stalinismo (1924 - 1953):
Em 1924, Lenin faleceu. Trotski e Stalin disputaram o poder, divergindo sobre o destino do socialismo soviético. Trotski queria a difusão imediata da Revolução para o mundo. Já Stalin defendia o desenvolvimento e a consolidação do socialismo na URSS e só depois expandir a Revolução. Dessa eleição, Stalin ganhou a disputa e em 1929, Trotski foi expulso do país, refugiando-se no México, onde foi assassinado em 1940 por um militante stalinista.
Seus aliados na URSS foram perseguidos e eliminados, durante o governo de Stalin (1924-1953), o Partido Comunista impôs a centralização política, econômica e administrativa da URSS, acabando de vez a autonomia e o poder de ação dos sovietes.
Além disso, houve a estatização de propriedades, bem como o estabelecimento da coletização da terra; bem como foram criados os Kolkhozes (cooperativas) e os Sovkhozes (fazendas estatais).
→ Características do governo soviético:
Bastante marcado pela economia que era controlada pelo Estado, um governo discricionário, perseguição à religião, Burocratização do serviço público e a Imposição de censura.
A resistência dos camponeses foi vencida à força. Os que se negavam foram assassinados ou presos nos campos de trabalho forçado em regiões remotas do país. Ainda em 1928, Stalin substituiu a NEP por uma política de planificação econômica, denominada planos quinquenais.
BOULOS JÚNIOR, Alfredo. Capítulo 6 - Revolução Russa IN: História, sociedade & cidadania: 9º ano. 4ª ed. São Paulo: FTD, 2018.
SERIACOPI, Gislane Campos Azevedo [et al.]. Capítulo 3 - Primeira Guerra Mundial e Revolução Russa IN: Inspire História 9º ano. 1ª ed. São Paulo: FTD, 2018.
VICENTINO, Cláudio; VICENTINO, José Bruno. Capítulo 2 - A Revolução Russa e a URSS IN: Teláris História 9º ano. 1ª ed. São Paulo: Ática, 2018.
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