Clóvis fundou a primeira dinastia do Reino Franco, a dos merovíngios. A palavra vem de Meroveu, que alguns dizem ter sido avô de Clóvis. De acordo com algumas lendas da época, Meroveu havia sido gerado de um monstro marinho, que mudava de forma enquanto nadava (nada comprovado sobre isso).
Os merovíngios dominaram o reino franco do século V ao VII, quando, em 751, Pepino, o Breve, tomou o poder e inaugurou a dinastia carolíngia. Clóvis, inaugurando a dinastia merovíngia, é batizado em 498 ou 499, fato de extrema importância para a ampliação da influência católica sobre os povos “bárbaros” e sobre a Europa. Consolidado seu poder na Gália, Clóvis avançou sobre outras regiões, conforme o mapa a seguir:
Após 509, a região da Gália ficou sob controle franco, tendo Paris como sede do reinado de Clóvis. Em 511, após a morte de Clóvis, seus filhos assumem e envolveram-se em conflitos pelo poder, enfraquecendo a realeza. Dessa forma, a dinastia merovíngia passou as funções reais mais importantes ao exercício dos grandes senhores de confiança, conhecidos como “mordomos” ou “prefeitos” do palácio.
Enquanto isso Clotário, último filho de Clóvis, restaurou a unidade territorial, novamente fragmentada após sua morte. Durante esse período de fragmentação, aumentou o poder dos detentores de terras, que asseguravam proteção local aos seus habitantes, enquanto que as novas gerações dos merovíngios disputavam suas heranças territoriais, permitindo o surgimento de uma nova dinastia: a dos Carolíngios, no século VIII, com o governo de Pepino, o Breve. Destacamos aqui esse processo contraditório, em que os reinos francos buscavam a centralização política por meio de seus domínios territoriais, enquanto que o poder sobre a terra, sobre a exploração do trabalho servil que se consolidava, estava a cargo dos senhores de terras, que consolidavam seu poder sobre as estruturas produtivas reais.
A dinastia merovíngia perdeu forças em meados do século VII quando uma série de mortes prematuras levou ao reinado de menores de idade. Essa fraqueza administrativa abriu espaço para o poder dos mordomos do palácio, que eram também superintendentes de estado, e para a organização de sua própria regência hereditária. Criando, assim, a dinastia dos carolíngios.
Carlos Martel
Um desses “mordomos” que foram nomeados pelo rei Clóvis, era Carlos Martel. Sob seu comando, em 732 os francos venceram os muçulmanos na Batalha de Poitiers. Após sua morte, seu filho, Pepino, o Breve, foi aclamado rei dos francos, dando início à Dinastia Carolíngia.
A religião foi muito importante para a união dos francos. O rei Clóvis se converteu ao cristianismo e foi batizado em 496 numa igreja da cidade de Saint Remis. Clóvis acabou criando uma aliança com o clero da Igreja de Roma, o que facilitou a conquista de outros povos que já eram cristãos. Com todos seguindo a mesma religião, seria mais fácil governar.
Por outro lado, os membros do clero contavam com o auxílio dos francos para impedir que crenças não cristãs se espalhassem pela Europa ocidental e ameaçassem o poder da Igreja.
Não se sabe ao certo quando os franceses deixaram de se considerar francos. Pelo menos até o século XIII, os reis franceses da dinastia capetíngia se denominavam ainda como francos. O primeiro registro de Rei da França que se tem notícia está em um documento do Rei Felipe II, de 1204. No entanto, sua adoção seria gradual. De toda forma, a tradição dos francos como grandes aliados da Igreja Católica permaneceu na França, que foi muito atuante nas cruzadas.
O Reino dos Francos mudou a organização e a distribuição do poder na Europa e foi fundamental para o poderio dominante da Igreja Católica no mundo medieval. Seu legado deixou marcas culturais no Ocidente que persistem até hoje.
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