Os povos hebreus, fenícios e persas

 

As três civilizações acima pertencem a dois grandes grupos linguísticos: o semítico e o indo-europeu. Os semitas originaram-se na península Arábica e espalharam-se pelo norte da África e por toda a região do Oriente Médio. Os indo-europeus são originários das proximidades do mar Negro e do mar Cáspio. Depois, migraram para Europa, Índia e planalto do Irã. Atualmente, a maior parte das línguas faladas na Europa (e na América, por causa da colonização) é de origem indo-europeia.

  • Os Hebreus
Esses povos eram grupos nômades vindos da Mesopotâmia, ocuparam a Palestina por volta de 2000 a.C., e se estabeleceram em Canaã, região localizada no atual Estado de Israel. 
Fonte: BARNA VI, Eli (Coord.). A historical atlas of the Jewish people. Nova York: Schocken Books, 1992. p. 10

Em 1700 a.C., como a região sofria um período de seca prolongado, que prejudicava a produção agrícola, boa parte do povo hebreu partiu em direção ao Egito. O faraó autorizou a permanência dos hebreus no Egito, mas lhes impôs a obrigação de trabalhar e pagar impostos, proibindo que abandonassem o território. Foi durante esse período que nasceu Moisés, importante líder da história dos hebreus. A narrativa dessa história dos povos hebreus é contada nos livros de Gênesis e Êxodo.

→ A organização social

Por registros históricos deixado por essa civilização, sabemos que eles se organizavam em tribos independentes, cada um chefiado por um patriarca que era respeitado por ser o mais velho do grupo, visto como o mais sábio, mais experiente e geralmente, tinha muitos filhos.

Eles viviam em disputas com outros povos da mesma região. Para se defender, as tribos acabaram se unindo em torno de um rei, o que deu origem a uma monarquia.

A sociedade era hierarquizada (ver foto abaixo) e sua principal atividade econômica era o pastoreio, bem como praticava a agricultura a às margens do rio Jordão, onde cultivavam cereais, videiras (pés de uva), figueiras e oliveiras. A princípio, o solo era coletivo e a produção era dividida entre todos. 


Os camponeses, pastores e escravos eram a maior parte da população. O governo exigia deles o cumprimento do serviço militar, o pagamento de tributos e trabalhos obrigatórios.

+ Outras informações:

Idioma: Aramaico
Religião: nos tempos mais remotos eram politeístas, mais tarde, prevaleceu o monoteísmo.

→ A história dos hebreus segundo a bíblia

A história hebraica costuma ser dividida em três períodos, segundo os relatos históricos deixados na bíblia:


→ Divisão e dispersão dos hebreus:

Após a morte de Salomão, o reino hebreu dividiu-se em dois:
  • Reino de Israel: ficava ao norte, com dez tribos e a capital em Samaria. Foi conquistado pelos povos Assírios em 721 a.C.
  • Reino de Judá: ficava ao Sul, com duas tribos e a capital em Jerusalém. Foram dominados pelo segundo Império Babilônico em 586 a.C., sob o comando de Nabucodonosor.
Com a divisão em dois reinos (Israel e Judá), os hebreus tornaram-se mais vulneráveis a ataques de outros povos expansionistas. Os assírios invadiram e conquistaram o reino de Israel em 721 a.C. O reino de Judá foi dominado pelo Segundo Império Babilônico em 586 a.C., sob comando de Nabucodonosor. Seu exército destruiu Jerusalém, e muitos hebreus foram levados como escravos para a Mesopotâmia. Iniciou-se, assim, o chamado Cativeiro da Babilônia.

A escravidão durou até 539 a.C., quando Ciro I da Pérsia tomou a Babilônia e libertou os hebreus. Eles retornaram à Palestina e reconstruíram o Estado hebraico na região de Judá, mas continuaram sob domínio persa.

Os dominadores seguintes foram os macedônios e, depois, os romanos. Durante o reinado do imperador Tito, no ano 70, o exército romano devastou Jerusalém. Com isso, os judeus se espalharam para outras regiões. Esse episódio da história do povo judaico recebeu o nome de Diáspora.

  • Os Fenícios
Os fenícios eram um povo de origem semita – assim como os hebreus – que habitava a estreita planície entre o mar Mediterrâneo e as montanhas do Líbano desde o III milênio a.C.

As condições geográficas dessa região, que corresponde hoje ao Líbano, não contribuíam para as atividades agrícolas, pois não havia rios que pudessem fertilizar suas terras – ao contrário do Egito e da Mesopotâmia. No entanto, a estreita faixa que os fenícios habitavam era abundante em cedro, árvore que fornecia madeira com a qual eles construíam eficientes navios.

→ Cidades e Sociedade

A Fenícia era formada por cidades autônomas (cidades-Estado), isto é, cidades que tinham governo próprio, independente das demais, comandado geralmente por um rei que governava com o apoio dos grupos sociais poderosos, entre os quais se destacavam os sacerdotes e os comerciantes.

Principais destaques para as cidades de Biblos, Sídon, Tiro e Ugarit, a sociedade era composta de comerciantes marítimos, donos de oficinas de artesanato, negociantes de escravos, funcionários do governo, sacerdotes, pequenos proprietários, trabalhadores livres (artesãos, pescadores, camponeses, marinheiros), escravos domésticos e marinheiros pobres.

→ Comércio e Economia

Os fenícios também se destacaram na confecção de tecidos (algodão, linho e lã). Tinham especial talento para os trabalhos com vidro, utilizando técnicas aprendidas com os egípcios, e ganharam fama na produção de objetos de cerâmica, bronze e cobre.


Os fenícios se tornaram senhores do mar Mediterrâneo, viajando a lugares distantes, dominando rotas até então desconhecidas. Fundaram várias colônias, que também viviam do comércio marítimo. A mais poderosa delas foi Cartago, no norte da África, fundada em 814 a.C., muito próximo de Túnis, atual capital da Tunísia.
  • Persas
Os persas ocupavam o planalto do Irã desde 1500 a.C. Durante séculos, o modo de vida dos persas baseou-se na agricultura e na pecuária. Os grupos que se instalaram mais ao norte da região ficaram conhecidos como medos, e os grupos que se instalaram mais ao sul ficaram conhecidos como persas. Observe o mapa abaixo.


Muitos séculos depois de ocuparem essa região, medos e persas ficaram sob domínio da Assíria, que criou um grande império na Mesopotâmia. No século VIII a.C., os medos se libertaram do domínio assírio e estabeleceram sua hegemonia sobre todo o Planalto do Irã.

Em 559 a.C., o líder persa Ciro, o Grande, comandou um exército que unificou os dois povos e iniciou a expansão territorial que formaria o Império Persa, um dos maiores da Antiguidade. Pouco a pouco, Ciro e seus sucessores, Cambises e Dario I, dominaram babilônios, assírios, egípcios, hebreus, fenícios e outros.

  • Referências
VAINFAS, Ronaldo [et al.] Capítulo 5 - Hebreus, Fenícios e Persas IN: História.doc 6º ano. 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2018. págs. 74 - 85.

COTRIM, Gilberto. Capítulo 6 - Hebreus, Fenícios e Persas IN: História Global 1. 3ª ed. São Paulo: Saraiva, 2016. págs. 74 - 86.

VICENTINO, Cláudio; VICENTINO, José Bruno. Capítulo 7- Hebreus, Fenícios e Persas IN: Teláris História 6º ano. 1ª ed. São Paulo: Ática, 2018. págs. 100 - 114.

Comentários