→ Tratado de Comércio e Navegação (1810): concedia privilégios alfandegários à Inglaterra, que pagaria 15% de tarifa sobre os produtos vendidos na América portuguesa e em outras regiões do império português, enquanto os próprios artigos portugueses pagariam 16%, e os demais países, 24%.
→ Tratado de Aliança e Amizade (1810): concedia privilégios aos cidadãos ingleses dentro dos domínios portugueses. Todos poderiam praticar a religião protestante no território colonial, o que até então era proibido, e os que cometessem algum crime, por exemplo, seriam julgados por leis e juízes ingleses.
Enquanto o Brasil era colônia/ império de Portugal houveram duas sedes de governo, de 1549 a 1762 o local escolhido foi Salvador (Bahia), escolhida como sede desde do Governo-Geral do Brasil e de 1763 a 1960, a cidade do Rio de Janeiro (RJ).
- Chegada da família real portuguesa a Lisboa, 1821. Gravura de Constantino de Fontes, século XIX.
Durante o período do Brasil Império, que durou de 1822 a 1889, o país teve duas sedes principais. A primeira foi a cidade do Rio de Janeiro, que foi a capital do Brasil durante todo o período imperial. A segunda sede foi a cidade de Petrópolis, que foi a residência de verão da família imperial e também um importante centro político e cultural durante o Segundo Reinado. É importante notar que o Brasil Império é dividido em três fases: Primeiro Reinado (1822-1831), Período Regencial (1831-1840) e Segundo Reinado (1840-1889).
Com a vinda da família real para o Brasil, a cidade do Rio de Janeiro ganhou ainda mais importância no cenário político e econômico nacional. A elite agrária pernambucana, descontente com a falta de representatividade no governo central, promoveu um movimento revolucionário que passou a difundir ideias republicanas.
Durante a revolta, conhecida como Revolução Pernambucana, os revolucionários tomaram o poder e implantaram uma República na província. O regime republicano durou apenas dois meses, pois o governo português enviou tropas que sufocaram a revolta e prenderam seus líderes, entre eles Frei Caneca. Por sua participação na organização da Revolução Pernambucana, Frei Caneca foi preso em 1817, cumprindo pena até o ano de 1821.
- Volta de Dom João VI a Portugal
A pressão para que a corte voltasse a Lisboa, havia começado em 1810, com a retirada das tropas francesas do reino. Enquanto isso, em Portugal estava ocorrendo inúmeras revoluções tornando a situação mais difícil.
Em agosto de 1820, aconteceu em Portugal a chamada Revolução do Porto. Liderada principalmente por militares e comerciantes, essa revolução foi uma tentativa de resolver questões fundamentais para a reestruturação política e econômica de Portugal.
Portugal, naquela época, atravessava um momento de crise política e econômica. A crise política era causada pela falta de uma autoridade portuguesa no próprio Reino, já que o rei D. João VI se encontrava no Brasil. Além disso, como foram os ingleses que comandaram a expulsão das tropas napoleônicas de Portugal, quem efetivamente chefiava o Reino era o marechal inglês Beresford. A crise econômica, por sua vez, foi causada principalmente pela perda dos lucros que os portugueses obtinham com o monopólio do comércio brasileiro.
Para garantir sua coroa, o rei voltou a Portugal em 1821, deixando seu filho dom Pedro como príncipe regente do Brasil. Alguns cronistas da época afirmam que dom João VI, antes de partir, teria dito ao filho: “Pedro, se o Brasil se separar, antes seja para ti, que me hás de respeitar, do que para algum desses aventureiros”.
A tentativa portuguesa de restabelecer a supremacia política e comercial sobre o Brasil provocou a insatisfação dos deputados brasileiros, acelerando o processo de independência política do país.
- Regência de D. Pedro (1821 - 1822) e a proclamação
Temendo que dom Pedro regressasse para Portugal – fato que enfraqueceria a autonomia administrativa do Brasil –, os brasileiros recolheram aproximadamente 8 mil assinaturas, pedindo-lhe que permanecesse no país. Ao receber o abaixo-assinado, no dia 9 de janeiro de 1822, dom Pedro teria afirmado: “Como é para o bem de todos e felicidade geral da nação, estou pronto: diga ao povo que fico”. O Dia do Fico, como ficou conhecido, foi decisivo para a emancipação brasileira que viria a seguir.
As tropas portuguesas, contrárias à decisão de dom Pedro, foram forçadas a abandonar o Rio de Janeiro. Pouco depois, os ministros, todos portugueses, demitiram-se. Dom Pedro organizou um novo gabinete, formado só por brasileiros e chefiado por José Bonifácio, um dos mais ativos defensores da independência.
Em agosto de 1822, ordens de Lisboa exigiam que o regente retornasse a Portugal e que suas decisões fossem anuladas. Diante da gravidade de tais notícias, José Bonifácio enviou um oficial ao encontro de dom Pedro, que estava viajando. O príncipe regente foi encontrado na tarde do dia 7 de setembro, voltando de Santos, às margens do riacho Ipiranga, no planalto de São Paulo. Ao ler as notícias, dom Pedro proclamou a independência política do Brasil em relação a Portugal.
Brasil Império: principais acontecimentos de cada período. Brasil Escola. Disponível em https://brasilescola.uol.com.br/historiab/brasil-monarquia.htm. Acessado em 14 julho 2023
Brasil Império - Toda Matéria. Disponível em https://www.todamateria.com.br/brasil-imperio/. Acessado em 14 julho 2023
DIAS, Adriana Machado [et al.] Capítulo 7 - O processo de independência do Brasil IN: Vontade de saber história 8º ano. 1ª ed. São Paulo: Quinteto Editorial, 2018. págs. 150 - 165.
VICENTINO, Cláudio; VICENTINO, José Bruno. Capítulo 7 - A independência da América Portuguesa IN: Teláris História 8º ano. 1ª ed. São Paulo: Ática, 2018. págs. 110 - 119.
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