A reação portuguesa foi rápida, pretendendo impedir que a França Antártica se consolidasse em terras da coroa lusitana. Em 1560, sob o comando do governador-geral da colônia brasileira, Mem de Sá, a França Antártica foi destruída. Mas os portugueses não tiveram que enfrentar apenas os franceses nesses confrontos.
A Confederação dos Tamoios foi formada em 1564 por indígenas das tribos dos tupinambás, aimorés e termiminós para enfrentar os portugueses, que os aprisionavam para escravizá-los, e as demais tribos que apoiavam os lusitanos, como os guaianazes. Como os franceses eram também inimigos dos portugueses, houve uma aliança entre a Confederação dos Tamoios e os ocupantes franceses. Os conflitos superaram no tempo o fim da França Antártica, estendendo-se até 1567. A fundação da cidade de São Salvador do Rio de Janeiro foi uma das consequências da invasão francesa no litoral sul do Brasil.
Quadro O último tamoio, de Rodolfo Amadeo (1857-1941), retratando o fim das guerras entre os indígenas e portugueses
Com a derrota no Rio de Janeiro, os franceses passaram a realizar investidas no litoral nordestino. Entre 1612 e 1615, eles tentaram realizar a construção de uma nova colônia, a França Equinocial. A construção do forte de São Luís, comandada por Daniel de La Touche, deu início à fundação da cidade de São Luís, nome escolhido em homenagem ao monarca francês que foi canonizado. A segunda invasão francesa ocorreu no momento em que estava em vigor a União Ibérica, o que levou a uma ação conjunta entre portugueses e espanhóis para expulsar novamente os franceses da colônia brasileira.
Uma consequência imediata do fracasso da invasão francesa foi a colonização do Maranhão e sua transformação numa colônia separada do Brasil com o nome de estado do Maranhão, subdividido em 6 capitanias e abarcando as atuais áreas do Pará e do Amazonas. Em 1615, os franceses foram expulsos pelos portugueses e o governo local decidiu ocupar a região, pois essa era a melhor forma de defendê-la de novas ocupações.
A primeira tentativa de invasão feita pelos holandeses ocorreu na Bahia, entre 1624 a 1625. Os invasores conseguiram dominar a cidade com certa facilidade. Segundo Fausto (1995), eles levaram apenas um dia para estabelecer seu domínio, mas contaram com uma forte resistência dos habitantes locais, que organizaram contra-ataques que acabaram por expulsar os estrangeiros em aproximadamente um ano. Já a segunda tentativa, a partir de 1630, em Pernambuco, foi melhor sucedida e deu origem ao estabelecimento holandês na região do atual nordeste.
Outro país que teve interesse nas terras brasileiras foi a Holanda. Inicialmente, holandeses e portugueses eram parceiros comerciais na produção açucareira, porém, em decorrência da União Ibérica (1580-1640), o rei espanhol Felipe II passou a ocupar o trono português. Os holandeses quiseram garantir o retorno dos investimentos realizados durante a parceria com os portugueses.
Em 1630, os holandeses tomaram Pernambuco, uma das regiões mais prósperas da colônia, cujo atrativo era a grande produção de cana-de-açúcar. Maurício de Nassau assumiu o governo de Pernambuco e fez a região progredir bastante. O retorno de Nassau à Holanda permitiu que os colonos se voltassem contra os holandeses, numa luta que durou cerca de dez anos e foi chamada de Insurreição Pernambucana.
- Vista da Cidade Maurícia e de Recife (denominação de parte da cidade de Recife durante o período do domínio holandês). Pintura do holandês Frans Post, do século XVII.
Os holandeses foram expulsos definitivamente em 1654, mas levaram com eles mudas de cana-de-açúcar que plantaram nas Antilhas, o que acarretou grandes prejuízos ao comércio português de açúcar na Europa.
Por sua vez, os holandeses dominaram diversos territórios na África (a região do cabo da Boa Esperança) e na Ásia (Java, Ceilão e Nova Guiné). Na América, fundaram Nova Amsterdã, que corresponde à atual cidade de Nova York. Na América portuguesa, invadiram Salvador (1624-1625) e Pernambuco (1630-1654).
LOPEZ, Luiz Roberto. Capítulo VI - O domínio espanhol e o fim de uma etapa colonizatória IN: História do Brasil Colonial. Série Revisão, nº 4. 8ª ed. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1997. págs. 52 - 56.
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