O Mundo Grego (parte final)


Desde do Período Arcaico, os gregos acabaram estabelecendo colônias pelo sul da Europa, norte da África e da Ásia Menor, devido ao seu expansionismo entrou em conflito com os persas, que dominavam o Egito, a Mesopotâmia e outras regiões próximas.

  • Invasão dos Persas
A invasão persa da região grega da Ásia Menor provocou as Guerras Médicas (500 a.C.-448 a.C.), uma das principais cidades gregas - Atenas foi ocupada e destruída durante o conflito. Em 490 a.C., os persas avançaram mais a oeste e desembarcaram em Maratona, na Ática. Começaram assim as Guerras Greco-pérsicas ou Guerras Médicas.


As cidades gregas, sob o comando de Atenas, formaram a Liga ou Confederação de Delos que foi uma organização militar que visava proteger as cidades gregas das tropas do Império Persa, combatendo a presença dos persas no Mediterrâneo.

Essa liga foi chamada dessa forma, pois os suprimentos enviados pelas cidades (navios, armas, etc.) eram armazenados na ilha de Delos. Como consequência, o exército grego retomou a Ásia Menor dos persas e dominou todo o mar Egeu. Atenas manteve a liderança sobre as cidades da Confederação de Delos mesmo após o fim das Guerras Médicas.

  • Período Clássico
Durante o Período Clássico (séculos V e IV a.C.), a história grega alcançou o seu esplendor político e cultural. Esse período foi marcado pelo intenso contato entre as cidades gregas e pelos violentos conflitos entre elas.

Atenas tornou-se uma democracia em que as leis eram feitas e discutidas pelos próprios cidadãos. Esparta consolidou-se como uma das principais póleis gregas. Além disso, os Jogos Olímpicos alcançaram maior importância. E isso aconteceu também com a Filosofia e com as Artes, especialmente em Atenas.

→ O século de Péricles na Atenas Clássica (V a.C.)

Sob o governo de Péricles (461 a.C.-429 a.C.), a cidade de Atenas transformou-se no maior polo econômico, político e cultural da Grécia. A democracia foi aperfeiçoada e permitiu que os cidadãos mais pobres também participassem da vida política. Isso só foi possível graças ao estabelecimento de pagamento aos que participavam da assembleia e dos tribunais.

Para demonstrar a grandiosidade de Atenas, Péricles mandou construir monumentos de porte e beleza evidentes, como o Partenon. Também determinou a construção de novas muralhas para a defesa da cidade. A construção dessas obras caras era paga, em boa parte, com o que era arrecadado das cidades aliadas.

→ A Filosofia Grega

Ângulos, polígonos, poliedros, segmentos de retas, circunferências, retas paralelas, congruências e proporções. Boa parte da Geometria foi desenvolvida pelos gregos a partir da observação de construções da Antiguidade (as pirâmides, por exemplo) e de elementos da natureza.

Tais conhecimentos foram elaborados por filósofos. A palavra filosofia significa “amor pela sabedoria”. Os filósofos gregos eram “buscadores e amantes da sabedoria”. Eles observaram e analisaram o mundo usando a lógica e a razão. Muitos se dedicaram à Matemática, à Geometria e à Física.

Atenas tornou-se o principal centro filosófico da Grécia. A maioria dos filósofos nasceu ou viveu boa parte de sua vida na pólis ateniense, onde se desenvolveu fortemente o pensamento racional. Na história da Filosofia grega destacam-se três pensadores: Sócrates, Platão e Aristóteles. Os três viveram em Atenas durante a maior parte de suas vidas

→ Jogos Olímpicos

Por mais de mil anos, os Jogos Olímpicos foram realizados a cada quatro anos durante o verão grego. Os jogos duravam sete dias. A Olimpíada (espaço de tempo) era o intervalo entre uma edição e outra dos jogos.

O objetivo desse evento era homenagear os deuses. Essas competições aconteciam na cidade de Olímpia, pois os gregos acreditavam que lá estariam mais próximos da morada dos deuses, localizada no alto de uma montanha sagrada, o Monte Olimpo.

Segundo a mitologia grega, a instituição das olimpíadas dá-se por conta de uma espécie de culto/homenagem de dois semideuses Hércules e o herói Átlios, ambos foram um dos muitos filhos humanos de Zeus, que teriam instituído os jogos em memória de seu pai. Em suas origens, as competições denominavam-se atlas, e seus participantes, atletas.

Os primeiros Jogos Olímpicos da Antiguidade de que se tem registro ocorreram em 776 a.C. Na ocasião, apenas duas cidades enviaram representantes para participar dos jogos. A partir de então, cada vez mais cidades-Estado da Grécia Antiga passaram a fazer parte das competições.


Na semana dos jogos estabelecia-se uma trégua sagrada na Grécia Antiga. Seria um momento mágico de aproximação com os deuses e, com isso, garantia-se segurança aos competidores e aos espectadores. As diversas póleis deviam restringir as suas rivalidades às competições olímpicas

Os jogos simbolizavam a força humana, o desenvolvimento do corpo com os valores do espírito e a integração das cidades do mundo grego. Visitantes e participantes vinham de longe. Competidores das colônias gregas espalhadas ao redor do Mediterrâneo também eram aceitos.

→ Esparta em guerra contra Atenas

Cansados da hegemonia Ateniense, a pólis de Esparta junta-se a outras cidades e criam a Liga do Peloponeso o que gerou um novo confronto conhecido como Guerra do Peloponeso (431 a.C. - 404 a.C.).


Os conflitos, iniciados em 431 a.C., enfraqueceram muito o poder de Atenas, que se rendeu em 404 a.C. Esse fato marcou o fim da democracia em Atenas, que passou a ser comandada por um governo aristocrático indicado por Esparta.

A cidade de Esparta conquistou, assim, a supremacia sobre a Grécia – porém, por pouco tempo. Outras cidades passaram a disputar o controle sobre a Grécia. As constantes guerras enfraqueceram as cidades gregas, o que facilitou a invasão e a conquista pelos macedônios, dando origem a o último período da história da Grécia antiga.
  • Período Helenístico
Os macedônios eram originários do norte da Grécia. Em sua expansão, governados por Filipe II, tomaram diversas pólis gregas. Em 338 a.C., a Grécia passou a ocupar a posição de simples província do Império Macedônio.

O rei macedônio Alexandre, o Grande (ou Magno), sucessor do trono, assumiu o controle do império dois anos mais tarde. Ele havia sido educado pelo filósofo grego Aristóteles. Tinha, portanto, grande admiração pela civilização grega e iniciou uma poderosa expansão militar, que permitiu a unificação de várias regiões.

Essa expansão territorial resultou numa rica troca cultural: de um lado, a população dos territórios conquistados assimilou aspectos da cultura grega; de outro, parte da cultura dos povos dominados foi incorporada pelos gregos. Dessa mistura, nasceu uma nova civilização, conhecida como civilização helenística.

Em sua marcha em direção ao Oriente, Alexandre fundou várias cidades com o nome de Alexandria. A mais famosa delas foi erguida no Egito, às margens do Mediterrâneo. Construída a partir de 331 a.C., em pouco tempo ela se tornou um importante centro cultural e científico, reunindo astrônomos, matemáticos, físicos, filósofos e escritores. Sua biblioteca chegou a reunir mais de 700 mil manuscritos. 


Alexandre morreu aos 32 anos sem deixar herdeiros. Com sua morte, em 323 a.C., o grande império conquistado por suas tropas dividiu-se em três reinos. Mais tarde, em 148 a.C., a região da Macedônia foi dominada pelo exército de Roma e, dois anos depois, foi a vez de os romanos incorporarem aos seus domínios o território grego.

A morte de Alexandre, em 323 a.C., encerrou o curto período de unidade política do seu Império. Lutas entre generais pela sucessão ao trono levaram-no à divisão, porém, com as conquistas nascera uma nova cultura na Antiguidade, que combinava elementos gregos e orientais, denominada cultura helenística, e que se estendia pela Síria, Egito, Ásia Menor e, posteriormente, pelo Império Romano.

  • Referências

CAMPOS, Flávio de [et al.] Capítulo 5 - A Grécia Antiga IN: História: escola e democracia 6º ano. 1ª ed. São Paulo: Moderna, 2018.

SERIACOPI, Gislane Campos Azevedo [et al.]. Capítulo 7 - Grécia: o berço da democracia IN: Inspire História 6º ano. 1ª ed. São Paulo: FTD, 2018.

VICENTINO, Cláudio; VICENTINO, José Bruno. Capítulo 9 - A Grécia clássica e helenística IN: Teláris História 6º ano. 1ª ed. São Paulo: Ática, 2018.




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