Santo Agostinho

 

·      Área: Ética

Ramo da Filosofia que trata de questões sobre como devemos viver e, portanto, sobre a natureza de certo e errado, bem e mal, dever, obrigação e outros conceitos.

·      Abordagem: Platonismo cristão

Refere-se a duas correntes presentes na Filosofia da Idade Média. Essas duas correntes são:

1.    Patrística: que é a apropriação da filosofia platônica pelos primeiros padres da Igreja Cristã. Eles incorporaram elementos do pensamento platônico em sua doutrina, como o dualismo psicofísico e a superioridade do “outro mundo” (mundo das ideias em Platão) em relação ao mundo presente.

2.    Desenvolvimento natural: Em muitos pontos pode ser interpretada como mantendo uma relação de identidade ou, pelo menos, de perfeita justaposição com a doutrina cristã. Isso inclui concepções metafísicas e morais, como a visão do corpo como “prisão da alma” e a ênfase na busca do Reino dos Céus.

·      Linha do Tempo

- ANTES

c. 400 a.C.: Nas Górgias, Platão argumenta que o mal não é algo, mas a ausência de algo.

Século III: Plotino ressuscita a visão de Platão de bem e mal.

- DEPOIS

c. 520: Boécio usa a teoria agostiniana de mal em A consolação da Filosofia.

c. 1130: Pedro Abelardo rejeita a ideia de que não há coisas más.

1525: Martinho Lutero, sacerdote alemão que inspirou a reforma protestante, publica Da vontade cativa, argumentando que o arbítrio humano não é livre.

·      Breve Biografia

Aurélio Agostinho nasceu em 354 em Tagaste, pequena cidade no norte da África, de mãe cristã e pai pagão. Foi educado para ser um orador e, depois, lecionou retórica em sua cidade natal, em Cartago, em Roma e em Milão, onde ocupou posição de prestígio.

Por um tempo, Agostinho seguiu o maniqueísmo – religião que considera o bem e o mal como forças duplas regendo o universo -, mas, por influência do arcebispo Ambrósio, de Milão, foi atraído para o cristianismo. Em 386, sofreu uma crise espiritual e se converteu. Abandonou a carreira e dedicou-se a escrever obras cristãs, muitas de natureza altamente filosófica. Em 395 tornou-se bispo de Hipona, no norte da África, e manteve o posto pelo resto da vida. Morreu ali aos 75 anos, quando a cidade foi sitiada e saqueada pelos vândalos

·      Principais contribuições filosóficas

Argumentou que, para que Deus criasse criaturas racionais, como os seres humanos, tinha de lhes dar livre-arbítrio.

è Livre-arbítrio: é quando somos capazes de escolher entre o bem ou o mal, de continuar ou não no mesmo caminho.

Teoria da Confissão: A crença de que a introspecção e o diálogo com Deus são essenciais para o conhecimento de si mesmo e da verdade.

Teoria da Justa Guerra: A ideia de que a guerra só é justificável em legítima defesa ou para punir a injustiça.

Além disso, deu origem ao Agostinianismo que é uma corrente de pensamento que sintetiza elementos da filosofia platônica, neoplatônica e do cristianismo.

Filosofia da história: Visão da história como um processo teleológico, com o homem buscando a salvação em Deus.

Conhecimento e fé: Enfatizava a importância da fé como caminho para o conhecimento da verdade.

Natureza humana: Considerava o ser humano como um ser dual, composto de corpo e alma, em constante luta entre o bem e o mal.

·      Algumas frases

“O que tornou Adão capaz de obedecer às ordens de Deus também o tornou capaz de pecar.”

"A inquietude do nosso coração tem a forma de Deus."

 "O tempo é o rio da eternidade."

"Amar é dar o que você tem, receber o que você não tem e ter o que você nunca teve."

"Nós somos mendigos de Deus."

"A maior glória de Deus é o homem plenamente vivo."

·      Referências

ARAUJO, Carlos Alberto. História da Filosofia. São Paulo: Martins Fontes, 2006.

Deus não é a origem do mal – Santo Agostino (354 – 430) IN: O livro da Filosofia. Trad. Douglas Kim. 1ª ed. São Paulo: Globo Livros, 2016. Págs. 72 – 73.

MARITAIN, Jacques. História da Filosofia. São Paulo: Edições Loyola, 1994.

REALE, Giovanni. História da Filosofia: Idade Média. São Paulo: Paulus, 1994.

SANTO AGOSTINHO. Confissões. Tradução de Agostinho Goldschmidt. São Paulo: Paulus, 2006.

SANTO AGOSTINHO. Cidade de Deus. Tradução de Carlos Alberto Gonçalves. São Paulo: Paulus, 1994.


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